Nossa história é a parte da história de luta do conjunto da classe trabalhadora

Em 1939, antigo Cinema Carlos Gomes que deu lugar para a subsede do nosso Sindicato em Santos Em 1939, antigo Cinema Carlos Gomes que deu lugar para a subsede do nosso Sindicato em Santos
O Sindicato dos Siderúrgicos e Metalúrgicos da Baixada Santista foi fundado no dia 23 de julho de 1933, num período de grande expansão industrial em São Paulo, ou seja, à custa do trabalho de homens e mulheres trabalhadoras submetidos a péssimas condições de trabalho e arrocho salarial. A atividade portuária, em Santos, continuava fundamental para as atividades econômicas da região. Nessa época, quase tudo se vinculava ao porto: indústria de beneficiamento de cereais, oficinas de reparos de navios e algumas empresas cuja produção era escoada pelo porto santista. A categoria metalúrgica ainda não era expressiva em termos numéricos. Ela constituía-se de pequenas oficinas de consertos de elevadores, de veículos e de algumas pequenas fundições.

Em agosto de 1947, o Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista sofre intervenção da Federação dos Metalúrgicos, num momento onde a repressão às principais organizações dos trabalhadores era intensa. Com a intervenção no Sindicato assume uma Junta Governativa, que é presidida por Domingos Alvarez, nesta época, a categoria metalúrgica de Santos não ultrapassa o número de 600 operários.

Na década de 50 o Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista começa a ter lugar de destaque no movimento operário da região a partir da greve de 1954 contra a carestia, participando das grandes manifestações que ocorreram nesse período que as greves crescem em Santos e no Brasil.

Com o início das obras da Cosipa, no final da década de 50, começam também as lutas de maior repercussão dos metalúrgicos de Santos. Pouco a pouco milhares de trabalhadores já estão nas obras da usina. Em 1958, o Sindicato adquire sede própria à rua da Constituição, 222. Nessa época, o Sindicato desenvolve campanha para que os operários das obras da Cosipa sejam efetivados como siderúrgicos e conseguem garantir essa reivindicação.

As lutas dos trabalhadores tornam-se mais organizadas. As greves contam com uma maior preparação das categorias envolvidas, muitas vezes com a formação de comissões nas fábricas e realizações de assembléias massivas.

O Sindicato também sofre com o golpe militar de 1964. Lideranças e trabalhadores de base são presos, outros companheiros na Cosipa são obrigados a fugir. Dois nomes dessa época são de Vitelbino Ferreira de Souza, na época o presidente do Sindicato, e Vítor Gallatti, um dos líderes da primeira greve na Cosipa, em 1962, pelo pagamento do 13º salário para todos os trabalhadores (diaristas e mensalistas). Os dois tiveram de entrar na clandestinidade durante muitos anos.
(Trechos desse texto elaborado a partir do livro “Operários em Luta”, de Braz José de Araújo)


O  Capital avança em novas formas de atacar a classe trabalhadora

A década de 90 é marcada por um processo intenso de reestruturação produtiva, os patrões para intensificarem a exploração contra os trabalhadores, vão se utilizar da terceirização, de novas tecnologias e formas de organização da produção para aumentar a intensidade do trabalho e a produtividade. Nesse período as privatizações se alastram pelo país, a Cosipa é privatizada em 93 e o ataque aos direitos dos trabalhadores se intensifica junto com o arrocho salarial. Nesse período um dos principais instrumentos construídos pela classe trabalhadora no Brasil no inicio da década de 80 a CUT começa a dar os primeiros passos de conciliação com o Capital e seu Estado, ao invés de enfrentar os patrões ganha espaço nas ações da Central a parceria com aqueles que garantem seus lucros intensificando o ataque aos trabalhadores.

Em nosso Sindicato a maioria da direção também se soma a essa mudança de rumo dentro da CUT, ou seja, as intensas greves e mobilizações deixam de acontecer e dessa forma direitos serão reduzidos e as condições de trabalho pioram.


EM 2005 OS METALÚRGICOS DE SANTOS SE COLOCAM EM MOVIMENTO PARA RETOMAR O SINDICATO COMO INSTRUMENTO DE ORGANIZAÇÃO E LUTA DOS TRABALHADORES

Em 2005 os companheiros que eram minoria na direção do Sindicato se organizam com vários companheiros na base e aposentados e formam a chapa de Oposição, com o objetivo de retomar o Sindicato para os trabalhadores.

A maioria da direção para se manter no Sindicato a qualquer custo tenta de tudo para impedir que a chapa de Oposição dispute as eleições, não conseguindo isso e sendo derrotada nas eleições impõe uma intervenção no Sindicato para tentar numa segunda eleição se manter na entidade. Mas a categoria intensifica o movimento de retomar o Sindicato e mais uma vez a Oposição vence as eleições aumentando ainda mais a diferença de votos em relação à chapa dos pelegos.


O passo seguinte é a reorganização do Sindicato para luta da categoria e do conjunto da classe trabalhadora

A partir de 2006 com a vitória da chapa de Oposição, o Sindicato volta a ser um instrumento independente em relação aos patrões e governos, autônomo em relação aos partidos e na luta consegue retomar direitos que foram entregues aos patrões pelos pelegos
Em 2007 após mais de uma década sem greves, paralisamos a produção na Cosipa (hoje Usiminas) contra as péssimas condições de trabalho e por aumento salarial.

No mesmo ano realizamos o primeiro Congresso dos Metalúrgicos da Baixada Santista e região e em 2008 após debate com a categoria sobre a Central que nasceu na luta dos trabalhadores, mas que se transformou num instrumento contra os trabalhadores, nos desfiliamos da CUT.

Temos nos dedicado a ampliar a organização de nossa luta dentro dos locais de trabalho, seja na Usiminas, metalúrgicas e contratadas e as últimas mobilizações envolvendo o conjunto dos trabalhadores dentro da Siderúrgica contra as péssimas condições de trabalho que já mataram mais de 50 trabalhadores, demonstram que temos avançado para consolidar nossa ação junto com os metalúrgicos no enfrentamento contra os ataques dos patrões.

Nosso Sindicato desde 2006 é parte ativa da construção e ampliação da Intersindical - Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, uma organização que está presente em mais de 14 estados do país e reúne sindicatos, oposições e coletivos que tem como compromisso a independência em relação aos patrões e governos, autonomia em relação aos partidos, combate a pratica daqueles que no movimento sindical se submetem aos interesses dos patrões e seus governos e a partir da organização pela base a luta contra o Capital e seu Estado. Nosso Sindicato está empenhado na ampliação da Intersindical, esse Instrumento que está contribuindo de maneira decisiva para retomada das lutas do conjunto da classe trabalhadora.

A história dos metalúrgicos de Santos e região é parte da história do conjunto de nossa classe que segue lutando. Lutamos para garantir e ampliar direitos, por aumento salarial, por emprego e melhores condições de trabalho, mas também lutamos por mais. Lutamos para acumular a força necessária capaz de destruir essa forma de sociedade onde os que detêm os meios de produção cada vez lucram mais na exata medida que exploram ainda nossa força de trabalho, lutamos por uma nova sociedade socialista.

 

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